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Sensíveis Cordas!

Meu Diário
02/05/2008 23h19
GRANDE HINO A VIRACOCHA ( INCAS)



                     GRANDE HINO A VIRACOCHA 
                                           
                             
INCAS (PERU)



                 A Viracocha, poder de tudo que existe,
            que seja macho ou fêmea.
            Santo, Senhor, Criador a luz
           que se levanta. Quem és?
           Onde estás?  Poderei eu ver-te?
           No mundo o alto, no mundo embaixo,
          de que lado do mundo se acha
          teu trono poderoso?   No oceano celeste
          ou nos mares terrestres,
          onde habitas,
          Pachamac, criador dos homens?
          Senhor, teus servidores,
         com os olhos manchados,
          desejam ver-te...o sol, a lua,
          o dia, a noite, o verão, o inverno
         não são livres. Eles 
         recebem tuas ordens,
         obedecem às tuas instruções.
         Eles obedecem
         a tudo que foi por ti determinado.
         Onde e para quem enviaste
         o cetro brilhante?
         E quanto a ti, ó homem,
         com a boca alegre
         e a língua exultante,
         dia e noite tu chamarás.
         Embora jejuando,
         com a voz do rouxinol,
         tu cantarás.
         e talvez, para nossa alegria
         e por sorte em algum lugar,
               o Criador do homem,
               o Senhor Todo-Poderoso,
               te escutará...
               Criador do mundo de cima,
               do mundo de baixo,
               Vencedor de todas as coisas,
               onde estás?
               que dizes?
               Fala,
               vem,
               verdadeiro de cima,
               verdadeiro de baixo,
               Senhor,
               modelador de tudo o que existe,
               único criador do homem,
              dez vezes te adorarei,
              com meus olhos salpicados.
              Que esplendor!
              Eu me prostarei diante de ti.
              Olha-me, Senhor,
              presta atenção à minha voz!

                
                  tradução Rose Marie Muraro e outro

     
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Publicado por Lilian Reinhardt em 02/05/2008 às 23h19
 
02/05/2008 22h01
UMA ESTÓRIA ZEN-TAOÍSTA



                                 PAW NOKOKO FALA SOBRE A VERDADE


                 Paw Nokoko e seu discípulo Boundha estavam no bosque Chow Chow Tha (significa: úmido e quente), quando o pássaro Fenix desceu em chamas e pousou perto deles. Em poucos instantes reduziu-se a cinzas. Rapidamente, Paw Nokoko soprou as
cinzas que, com o vento, se espalharam por todo o bosque. Boundha, que conhecia a lenda da ave imortal ficou horrorizado. - Mestre, agora ela não renascerá jamais! Paw
Nokoko pareceu não ouvir a crítica pois estava olhando em torno. Boundha insistiu em sua observação e Paw Nokoko olhou-o tristemente. - Seus olhos ainda não conseguem ver os milhares de fenixes que estão ,agora, voando pelo bosque, explicou.

                     Swami Deva Prashanto


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Publicado por Lilian Reinhardt em 02/05/2008 às 22h01
 
02/05/2008 20h21
O TEMPO COM KHALIL GIBRAN



                          O TEMPO COM  KHALIL GIBRAN


                   ....E um astrônomo disse: Mestre, e o Tempo? E ele respondeu: Mediríeis no tempo o que não tem medida e o imensurável. Ajustaríeis vossa conduta e mesmo diri-
giríeis o curso do vosso espírito de acordo como as horas e as estações. Do tempo, fa-
riéis um riacho, em cujas margens sentaríeis e olharíeis seu fluxo. No entanto, o intemporal em vós sabe  da intemporalidade da vida. E sabe que ontem é apenas memória de hoje e o amanhã é o sonho de hoje. E aquele que canta e contempla dentro de vós ainda vive dentro os limites daquele primeiro momento que espalhou as estrelas pelo espaço. E quem, entre vós, não sente que seu poder de amar é ilimitado? E, no entanto, quem não sente que este mesmo amor, apesar de ilimitado, está contido no centro do seu ser, sem mover-se entre pensamentos de amor e entre atos de amor? E o tempo não é como o amor, indivisível e sem ritmo? Mas, se em vosso pensamento deves medir o tempo em estações, que cada estação inclua todas as outras estações. E que hoje contenha o passado com lembranças e o futuro com esperança.

      Khalil Gibran,    (1883/1931)  in O PROFETA

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Publicado por Lilian Reinhardt em 02/05/2008 às 20h21
 
02/05/2008 12h20
O INSTANTE COM BORGES


                O INSTANTE

               "Onde estarão os
          séculos, onde o
          sonho
          Das espadas que os
          tártaros sonharam
          Onde os sólidos
          muros que
          aplanaram,
          Onde a árvore de
          Adão e o outro
          Lenho?
          O presente está só.
          Mas a memória
         Constrói o tempo.
         Sucessão e engano
         É a rotina do relógio.
         O  ano
         Nunca é menos vão
         do que a vã história.
         Entre a aurora e a 
         noite há um abismo
         De agonias, de
         luzes, de cuidados;
        O rosto que se vê
         nos desgastados
       Espelhos da noite já
        não são os mesmos.
        O hoje fugaz é tênue
        e é eterno;
        Não esperes outro
        Céu nem outro 
        inferno "

      
Jorge Luiz Borges (1899-1986)
                In: Obras Completas II, O Outro, O Mesmo


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Publicado por Lilian Reinhardt em 02/05/2008 às 12h20
 
02/05/2008 00h21
O FIO DA FÁBULA COM BORGES




                              O FIO DA FÁBULA COM BORGES


                       "O sonho de um faz parte da memória de todos"





                   "  O fio que a mão de Ariadne deixou na mão de Teseu (na outra estava a 
espada) para que este se aventurasse no labirinto e descobrisse o centro, o homem
com cabeça de touro ou, como pretende Dante, o touro com cabeça de homem, e o
matasse e pudesse, já executada a proeza, decifrar as redes de pedrae voltar para 
ela, para o seu amor.
            As coisas aconteceram assim, Teseu não podia saber que do outro lado do
labirinto esta o outro labirinto, o do tempo e que num lugar já fixado estava Medeia.
         O fio perdeu-se, o labirinto perdeu também. Agora nem sequer sabemos se nos
rodeia um labirinto, um secreto cosmos ou um caos ocasional. O nosso mais belo
dever é imaginar que há um labirinto e um fio. Nunca daremos com o fio; talvez  o
encontremos num ato de fé, num ritmo, no sono, nas palavras que chamam filosofia ou na mera e simples felicidade."
                 Jorge Luiz Borges (1899/1986)
                 Obras Completas III - Os Conjurados


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Publicado por Lilian Reinhardt em 02/05/2008 às 00h21



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