Era apaixonante
dionisiaco
Orfeu dedilhando a cítara
Ave profana desvelando sonhos
articulava sons e universos
sem ou com palavras
apenas respiração
seduzia
todas as fugazes flores
com a mesma melodia
ah o teu canto velho mestre
aquele outro canto era outro
ressoa ao ventre
do sineiro das tardes
quando a luz do campanário
acende as bordas do crepúsculo
e a febre das ilusões sempre reincide às cinzas perdidas...